30 de outubro de 2015

ESA descobre oxigênio em cometa



A ESA, agência espacial européia (equivalente a NASA nos EUA e sem equivalência na Brasil) fez uma descoberta surpreendente: a sonda espacia Rosetta encontro moléculas de oxigênio no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Foi detectada através de instrumentos abordo da sonda que analisam dos gases do cometa (e foi testado na SuaMãe™) e foi publicado dia 28 de outubro na Nature.

Isso intriga os cientistas porque eles acreditavam que o oxigênio teria sido resultado da reação de outros elementos quando os planetas estavam em formação. Ou seja, com essa descoberta, muda a teoria da formação do Sistema Solar (e de outros também).

"Quando vimos isso pela primeira vez, nós tivemos uma primeira reação de negação porque não era algo que nós esperávamos encontrar em um cometa", afirmou a cientista Kathrin Altwegg.

O oxigênio reage facilmente com outros elementos para formar compostos e não costuma ficar na sua forma única. Uma das possibilidades é de que o oxigênio congelou rapidamente e ficado preso em pedaços de material no início da formação do Sistema Solar.

"Foi a descoberta mais surpreendente que fizemos até agora sobre o cometa. A maior pergunta que fica agora é como ele chegou ali", disse Kathrin

Eu, Raposão, acrescento uma teoria: "bolsa-oxigênio". Como os cometas são objetos menores que os planetas, e atraído por eles, são oprimidos e minoria. Então alguém promoveu a igualdade e usou a ferramenta Bolsa-Oxigênio. Fica a dica, ESA.

"Se nós temos oxigênio no início da formação do cometa, como ele sobreviveu pro tanto tempo?", questiona um dos autores do estudo, Andre Bieler.

"Todas as informações que tínhamos até agora mostravam que o oxigênio não poderia sobreviver tanto tempo, e isso nos diz algo sobre a origem do Sistema Solar - mas o processo precisa ser muito mais tranquilo -  não violento, como se achava antes - para construir esses grãos de gelo, porque parece que é um material bastante intocado ainda". E conclui: "Agora nós temos provas de que essa parte significativa do cometa, na verdade, sobreviveu à formação do Sistema Solar."

Além do oxigênio, outros 3 gases mais comuns na "atmosfera" do cometa  são: vapores d'água, monóxido de carbono e dióxido de carbono.

A ESA publicou um infográfico interessante sobre a porra toda:



A missão

A Agência Espacial Européia decidiu enviar uma sonda em algum cometa. Missões anteriores mostraram que os cometas são baús de tesouro porque carregam a história da formação do universo. A ideia inicial era explorar o cometa 46P/ Wirtanen, mas uma falha no foguete acabou frustrando o lançamento em 2012. Então eles escolheram outro cometa, o 67P/huryumov–Gerasimenko, e o lançamento ocorreu em 2004, na base em Guiana Francesa. Junto com a sonda Rosetta está o módulo Philae, responsável por pousar e fazer análises na superfície do cometa.

A sonda Rosetta dispõe de 11 instrumentos científicos:

ALICE - Ultraviolet Imaging Spectrometer
CONSERT - Comet Nucleus Sounding
COSIMA - Cometary Secondary Ion Mass Analyser
GIADA - Grain Impact Analyser and Dust Accumulator
MIDAS - Micro-Imaging Analysis System
MIRO - Microwave Instrument for the Rosetta Orbiter
OSIRIS - Rosetta Orbiter Imaging System
ROSINA - Rosetta Orbiter Spectrometer for Ion and Neutral Analysis
RPC - Rosetta Plasma Consortium
RSI - Radio Science Investigation
VIRTIS - Visible and Infrared Mapping Spectrometer


Já o módulo Philae:

APXS - Alpha Proton X-ray Spectrometer
CIVA - Comet Nucleus Infrared and Visible Analyzer
ROLIS - Rosetta Lander Imaging System
CONSERT - Comet Nucleus Sounding
COSAC - Cometary Sampling and Composition experiment
MODULUS PTOLEMY - Evolved Gas Analyser
MUPUS - Multi-Purpose Sensor for Surface and Subsurface Science
ROMAP - RoLand Magnetometer and Plasma Monitor
SD2 - Sample and Distribution Device
SESAME - Surface Electrical and Acoustic Monitoring Experiment, Dust Impact Monitor


O trajeto da sonda

Foi lançado em março de 2004 e, para usar os planetas para assistência gravitacional (efeito estilingue para os noobs), passou pela Terra em março de 2005, depois Marte em 2007, usou a Terra pela segunda vez em novembro de 2007. Em setembro de 2008 fez um sobrevoo pelo asteroide Stein. Então usou novamente a Terra em novembro de 2009 e enfim foi em direção ao cometa do nome difícil. Antes, sobrevoou o asteroide Lutetia em julho de 2010 e entrou em hibernação no espaço profundo em junho de 2011.Acordou em janeiro de 2014 no início da aproximação que durou até maio do mesmo ano. Em agosto a sonda passou a orbitar o o cometa e em novembro, do mesmo ano, finalmente o módulo Philae pousou.

Para quem não sabe ler ou ficou com preguiça de entender, veja a animação feita pela da ESA:


Tem um vídeo de 9 horas com a cobertura do evento, mas quem quiser ver o momento da confirmação do "pouso", basta avançar até 5:52:00:


Resumo da Treta: Uma sonda lançada em 2004 e após 10 anos viajou por 6 bilhões de quilômetros para pousar em um cometa com 4 quilômetros de diâmetro a 500 milhões de quilômetros da Terra (quando a manobra foi realizada).

Enquanto isso, um nanossatélite brasileiro de alguns centímetros, que foi lançado da Estação Espacial após pegar carona no foguete espacial russo Soyuz, ao custo total de quase meio bilhão de reais, falhou miseravelmente porque não levantou a anteninha.

Curiosidade acerca do Raposão: Eu tinha lido sobre essa missão em 2004, mas o tempo foi passando e eu esqueci. Quando eu vi o tweet sobre a cobertura do procedimento de pouso da Philae em 2014, que durou horas, eu praticamente fiquei grudado no Twitter para acompanhar. Nesse período eu estava buscando uma nova distro de Linux, foi então que eu li uma matéria que a ESA usava o linux comercial do SUSE (versão paga e com suporte) em alguns computadores, foi aí que resolvi dar uma change ao openSUSE (que eu tinha um certo preconceito) e uso até hoje.